terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Empresa entrega projeto de revitalização do Parque Paleontológico de Itaboraí



Aqueóloga Maria Beltrão, diretora do PAaque, acompanhou visita ao local
O prefeito de Itaboraí, Helil Cardozo, recebeu, na quinta-feira (05/12), em seu gabinete, funcionários da Lafarge, empresa que adquiriu a Companhia Nacional de Cimento Mauá, mineradora que explorou o Parque Paleontológico de São José até a década de 1980. A reunião contou com a presença da arqueóloga Maria Beltrão, diretora do Parque. Na ocasião, a empresa entregou o Projeto de Recuperação da Área Degradada, um plano ambiental que a empresa terá de implementar no parque a fim de compensar a antiga exploração. O documento agora será analisado pela Prefeitura, e uma nova reunião vai ocorrer na próxima quinta-feira.
“Nosso interesse é buscar o entendimento para que possamos resolver as coisas da melhor maneira possível. Queremos valorizar, além dos estudos de paleontologia e arqueologia, o turismo no Parque. Sabemos que o local tem um potencial incrível para isso. Vamos, agora, manter uma conversa permanente para facilitar o diálogo e a evolução do planejamento”, disse Helil.
Visita
Pela manhã, Maria Beltrão recebeu os funcionários da Lafarge para uma inspeção no Parque Paleontológico, junto do subsecretário de Meio Ambiente, André Pereira. Na ocasião, Maria Beltrão ressaltou a importância do Parque.
“Tudo que aprendi na faculdade, nos anos 60, tive que esquecer quando comecei a estudar este Parque. Aqui apareceu o primeiro mamífero da América. Depois, temos uma sequência de vida ininterrupta de 65 milhões de anos. Todos dizem que nosso continente é habitado há apenas 30 mil anos. Mas já provei, com estudos feitos aqui, que temos fósseis humanos datados de mais de 2 milhões de anos”.
Atualmente, o local está restrito para visitações. A intenção da Prefeitura é a de, após reformas, oferecer à população, também, eventos esportivos e de lazer.
“Um dos objetivos principais da revitalização será o reflorestamento. No entanto, pretendo, também, abrir trilhas para caminhadas, e até para realizar competições de ciclismo, que é um esporte 100% ecológico”, disse Maria Beltrão.
História
Em 1928, um fazendeiro achou pedaços de rocha que considerou interessantes na região onde hoje é o Parque Paleontológico. Levou para análise e descobriu que se tratava de calcário. Com isso, a área foi vendida para a Companhia Nacional de Cimento Mauá, que aproveitou o material na construção da Ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói) e do Estádio Mário Filho (Maracanã). A fábrica foi visitada por grandes personalidades, incluindo alguns presidentes da república, sendo considerada uma das experiências mais bem-sucedidas de fabricação de cimento no país.
Com a exploração mineral, descobriram-se vestígios arqueológicos. E quando o calcário terminou, em 1984, restou uma depressão de 70 metros, que foi progressivamente coberta com água da chuva e de veios subterrâneos, erguendo um largo no local. Seis anos depois, em 1990, a Prefeitura Municipal de Itaboraí declarou a área de utilidade pública, através de um processo de desapropriação. Com isso, em 1995,por iniciativa de Maria Beltrão, nascia o Parque Paleontológico de São José, eleito pela Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos (Sigep), órgão ligado à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), um dos patrimônios da humanidade.

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