quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Casa Heloísa Alberto Torres comemora 203 anos de história


A Fundação Cultural de Itaboraí, órgão ligado à Prefeitura, comemorou, na terça-feira (17), os 203 anos da Casa Heloísa Alberto Torres (Chat), cujo prédio é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). No local funciona a sede da Chat. Na mesma data, se estivesse viva, a antropóloga que dá nome à Casa completaria 118 anos.

Para a comemoração foi criado um clima representativo de época, com os atores Daniel Santana e Landeanya caracterizados, respectivamente, de Alberto Torres e Maria José Xavier, pai e mãe de Heloísa Alberto Torres, que davam as boas-vindas aos convidados. Dois artistas do Circo de La Costa, Viviane Gomes e Roberto de La Costa,  animaram o evento, cacterizados como “homem de perna de pau” e uma boneca de época.

Durante a celebração, foi assinado um termo de doação do acervo do jornalista Odyr Barros para a Chat. Anteiormente, o material estava em poder do Colégio Cenecista Alberto Torres, em Itaboraí. Odyr Barros, que morreu em 2004, foi diretor-gerente na época da fundação da Folha de Itaboraí, em 1948.  O jornal, que circulou ininterruptamente até 2004, contribuiu na divulgação de importantes acontecimentos e notícias sobre política, cultura e fatos sociais da cidade, e se tornou um dos importantes registros históricos de Itaboraí no século 20. O acervo conta com aproximadamente 47 livros encadernados com diversos exemplares do jornal, e está disponível para pesquisas.
 O prefeito de Itaboraí, Helil Cardozo, que chegou a conhecer o jornalista, discursou sobre sua importância na história da cidade.

“Assim como o Odyr Barros, eu quero fazer história nesta cidade, não apenas como prefeito, mas como cidadão que aqui vive e que ama este município. E cada um de vocês aqui presentes também poderão fazer parte da história no período que Deus os conceder na terra”, disse o prefeito, parabenizando ainda o trabalho realizado pelo presidente da Fundação Cultural de Itaboraí, Cláudio Rogério, e sua equipe.

Neta de Odyr Barros, Renata Barros, 28 anos, participou da festa, e se disse lisonjeada pelas homenagens ao seu avô.

“É uma satisfação para a nossa família, pois o meu avô era tudo isso e muito mais. Foi um exemplo de honestidade e dedicação, e seu grande prazer na vida era este jornal”, disse Renata, ao lado do irmão Ramon Barros.

Segundo o presidente da Fundação Cultural de Itaboraí, Cláudio Rogério Dutra, foi estabelecido junto ao Iphan, o ano de 1810, como a data de inauguração da Chat.

“A cada cinco anos, renovamos com o Iphan, o termo de liberação do imóvel, com a concessão a Casa para a Cultura de Itaboraí. O mais importante é este legado que nos foi deixado, esta Casa não é da prefeitura, e sim do povo de Itaboraí. Aqui se guarda a memória, raiz e história da nossa Cultura”, ressaltou Dutra, parabenizando o prefeito pelas grandes realizações na área da Cultura.

 “Fomos procurados pela Suely Lopes, atual chefe de Gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Social, e a família do senhor Odyr Barros, e prontamente resolvemos transferir este acervo para a Fundação Cultural de Itaboraí. O objetivo não é estar guardado, e sim exposto para a população, para que todos possam observar o quanto grandioso foi este jornalista”, comentou o diretor do Colégio Cenecista Alberto Torres.

O evento também contou com apresentações de diversos artistas. Ao som da música contemporânea “Estranho Natural”, de Maria Gadú, os dançarinos Wanderson Silvas e Milena Lopes arrancaram aplausos da plateia. A programação seguiu com declamação de poesias e a apresentação de uma banda formada por servidores da prefeitura. Em seguida, um trio de jazz liderado pelo cantor e artista plástico Dawson Nascimento subiu ao palco, antes de uma “canja” especial de Cirinha Veloso, irmã do cantor Benito Di Paula.

Também participaram do evento o vice-prefeito, Audir Santana, secretários municipais, vereadores e o comandante do 35° Batalhão da Polícia Militar de Itaborai, coronel Salema, entre outras personalidades.

Atualmente, a Casa Heloísa Alberto Torres abriga a mostra “Santo Antônio de Sá: a primeira Vila do Recôncavo da Guanabara”, que termina no próximo sábado (21). Em  exposição, relíquias encontradas durante as escavações das obras de construção do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, e que retratam o início da ocupação no Estado do Rio de Janeiro.

A Chat fica localizada na Praça Marechal Floriano Peixoto, n° 303, Centro, Itaboraí.

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