quinta-feira, 5 de junho de 2014

Parque Paleontológico de São José reabre para visitas guiadas nesta sexta-feira (06/05)


Local que abriga um dos mais importantes sítios arqueológicos das Américas, segundo a arqueóloga Maria Beltrão, o Parque Paleontológico de Itaboraí será reaberto à visitação pública nesta sexta-feira, dia que marca o término da Semana do Meio Ambiente na cidade. Na ocasião, a Prefeitura disponibilizará dois ônibus para que os interessados possam ir até o parque e realizar uma visita guiada.

Reconhecido internacionalmente pela sua relevância científica, o Parque Paleontológico de São José tem potencial para se tornar um dos sítios mais importantes de arqueologia em todo o mundo. Tudo depende de ser encontrado, no local, um esqueleto humano datado de mais de 1 milhão de anos, o que especialistas acreditam ser possível.

"O parque é o único sítio do planeta onde podemos fazer uma escala evolutiva de artefatos líticos (ferramentas utilizadas pelo homem pré-histórico). Encontramos aqui, por exemplo, buris, lascas levallois, raspadores e perfumadores. Estamos, agora, aguardando autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para iniciar pesquisas nas quais temos chances de encontrar o esqueleto humano mais antigo da América", disse Luis Otávio Castro, gerente do parque, que tem como diretora a arqueóloga Maria Beltrão.

Nesta sexta-feira (06/06), um ônibus partirá da Prefeitura de Itaboraí para levar visitantes ao local. Quem estiver interessado, basta comparecer à Praça Marechal Floriano Peixoto, 97, Centro, em dois horários: 8h e 13h. O transporte e a entrada no parque são gratuitos

"Nossa intenção é democratizar o acesso ao parque e ao seu conteúdo maravilhoso. Recebemos visitas de profissionais e estudiosos de todo o mundo. E a população de Itaboraí precisa conhecer o local", disse André Pereira, subsecretário de Meio Ambiente.

Um dia no parque

No segundo semestre deste ano, as escolas municipais começarão a receber as visitas guiadas, em um programa intitulado "Um dia no parque". Atividades lúdicas e educativas farão parte da programação, que falará sobre a história da Bacia de Itaboraí. Para isto, placas informativas serão instaladas no local, que receberá, ainda, uma sala de vídeo e três laboratórios, cada um para uma das áreas de estudo: paleontologia, geologia e arqueologia.

História

Em 1928, um fazendeiro achou pedaços de rocha que considerou interessantes. Levou para análise e descobriu que se tratava de calcário. Com isso, a área foi vendida para a Companhia Nacional de Cimento Mauá, que aproveitou o material na construção da Ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói) e do Estádio Mário Filho (Maracanã). A fábrica foi visitada por grandes personalidades, incluindo alguns presidentes da república, sendo considerada uma das experiências mais bem-sucedidas de fabricação de cimento no país.

Com a exploração mineral, descobriram-se vestígios arqueológicos. E quando o calcário terminou, em 1984, restou uma depressão de 70 metros, que foi progressivamente coberta com água da chuva e de veios subterrâneos, erguendo um grande lago. Seis anos depois, em 1990, a Prefeitura Municipal de Itaboraí declarou a área de utilidade pública, através de um processo de desapropriação. Com isto, em 1995, nascia o Parque Paleontológico de São José, eleito pela Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos (Sigep) órgão ligado à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), um dos patrimônios da humanidade.

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