terça-feira, 17 de junho de 2014

Itaboraí será 1ª cidade fluminense a lançar Política Municipal de Humanização na Saúde


Já pensou em ter atendimento rápido e sem precisar enfrentar filas quando for a um posto de saúde? E mais, ser recebido pelos profissionais de forma atenciosa, acolhedora, com sensibilidade e experiência para entender a sua dor ou os motivos que te levaram a procurar uma unidade de saúde? Acredite, tudo isso é possível de se fazer há mais de 10 anos, com métodos, diretrizes e técnicas estabelecidas por meio da Política Nacional de Humanização (PNH).

 A Prefeitura de Itaboraí resolveu encarar o desafio e vai construir, de forma pioneira no Estado do Rio de Janeiro, a sua Política Municipal de Humanização (PMH), o Humaniza Itaboraí. A ação será realizada através de um seminário, que deverá reunir profissionais do Hospital Municipal Desembargador Leal Junior e das Unidades Básicas e de Saúde da Família nos dias 17 e 18 de julho, em local a ser definido. Contará, ainda, com a presença do coordenador da PNH do Ministério da Saúde, Fábio Alves, representantes da assessoria de Humanização do Estado, membros do conselho municipal de saúde, gestores e a sociedade civil.

Serão debatidos, entre outros temas, o acolhimento na construção de relações de confiança, compromisso e vínculo entre as equipes, a gestão participativa e a cogestão, a criação de espaços saudáveis e confortáveis que respeitem a privacidade entre as pessoas, a abordagem clínica do adoecimento e do sofrimento do paciente e seus respectivos danos e ineficácia, a valorização do trabalhador na tomada de decisão e a defesa dos direitos dos usuários que são garantidos por lei, devendo ser assegurados e cumpridos nas unidades de saúde do município.

Na última semana, supervisores e chefes de serviços do Hospital Municipal Desembargador Leal se reuniram com o assessor de humanização da Secretaria Municipal de Saúde de Itaboraí, o psicólogo Wagner Sousa, para traçar as diretrizes iniciais de como será implantada a Política Municipal de Humanização.

“O objetivo é ampliar o acesso da população aos serviços de saúde, oferecendo qualidade no atendimento. A Política Municipal de Humanização será uma inovação em Itaboraí, que nunca conseguiu implantar o método, apesar dele existir nacionalmente desde 2003. Esperamos, com isso, transformar para melhor as ações de saúde, setor que, para o prefeito Helil Cardozo, é prioritário”, afirmou.

Para o secretário municipal de Saúde, Edilson Francisco dos Santos, é essencial trabalhar o vínculo de responsabilidade entre o profissional de saúde e o usuário.

“Como médico pediatra, entendo que não é a quantidade de máquinas, equipamentos tecnológicos e infraestrutura moderna que irão melhorar o atendimento na saúde pública. É o encontro positivo entre o profissional e o paciente, o envolvimento, o olho no olho, o toque, o diálogo, a escuta atenta ao problema, alinhado ao conhecimento e experiência é que podem diagnosticar qual a patologia”, explica.

Para a psicóloga Hilda Pascoutto, responsável pelo setor de humanização do Hospital Municipal, a realização de exames complexos e com alto grau de tecnologia não pode substituir a sensibilidade no relacionamento entre as pessoas.

“Alguns pacientes apresentam problemas psicológicos tão graves que se transformam em dores físicas. Então, o profissional de saúde pede uma série de exames, mas não identifica qualquer doença e o usuário continua reclamando de dores, que podem até piorar. A ideia da humanização é preparar o médico, enfermeiro, técnicos, auxiliares e agentes comunitários de saúde para que eles ajudem o paciente, sejam solidários, ofereçam um atendimento mais humanizado. Precisamos resgatar nestes profissionais o amor pelo que fazem, evitar criar barreiras. Afinal, quem procura um serviço de saúde é porque precisa”, frisou.

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