quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Itaboraí realiza campanha para diagnóstico de hanseníase

Com o objetivo de conscientizar a população sobre os sinais e sintomas da hanseníase e avaliar casos suspeitos, a Secretaria Municipal de Saúde de Itaboraí realizou  na Unidade de Saúde da Família de São Joaquim, a campanha “Hanseníase tem Cura”.
O evento também celebrou o dia mundial de luta contra a doença e mobilizou as equipes de saúde dos postos de Vale do Sol e Joaquim de Oliveira que, nos últimos anos, foram locais com maior incidência de hanseníase no município. Juntas, as três unidades atendem, em média, 5 mil famílias.
Durante sete horas, dois dermatologistas, fisioterapeuta, assistente social, psicólogo, enfermeiros e técnicos atenderam 40 pacientes que buscaram informação sobre a doença. Foi o caso da aposentada Josefa Eufrazina, 105 anos, que estava preocupada com as manchas escuras em seus braços.
“Não cheguei até esta idade à toa. Me cuido muito, mas estou com estas pintas escuras nos braços e queria saber o que era. Estava desconfiada, e agora tenho certeza: não tive cuidado, e o sol me castigou. Vou passar protetor solar até para dormir a partir de hoje”, afirmou a vaidosa moradora do bairro Santo Antônio.
Situação parecida foi a do comerciante Benevenuto Galvão, 71 anos. Também morador do local, ele estava com manchas brancas nas pernas e nos braços.
“Fiquei sabendo desta campanha e vim aproveitar a oportunidade. A médica falou que era alergia e receitou uma pomada. Ainda bem que não era nada grave”, respirou aliviado.
A coordenadora municipal do Programa, Josemar Alves, destacou a importância do diagnóstico e tratamento, já que a doença é silenciosa, as manchas não incomodam e a pessoa pode conviver com a situação por longo período de tempo.
“A hanseníase tem cura, mas, para isso, temos que focar na avaliação. É fundamental detectar o caso no estágio inicial, iniciar o tratamento, que é feito gratuitamente nas unidades de saúde do município, e também descobrir outros casos na família e na comunidade que possam estar perpetuando a doença”, alerta. “Nossa meta é quebrar a cadeia de contaminação. Tratar o paciente doente, monitorar e sensibilizar quem mora com ele para evitar o contágio”.
Até sexta-feira (31), profissionais de saúde estarão em alerta na busca por pacientes que apresentem sinais e sintomas da doença, e distribuindo materiais educativos. Os casos suspeitos serão encaminhados à rede pública para início imediato do tratamento. Ações contínuas de combate, controle e enfrentamento da doença continuarão ao longo do ano.
Números
Ao todo, 55 pacientes estão em tratamento em Itaboraí. Segundo o Sistema de Informação de Agravo de Notificação (Sinan), em 2013 foram diagnosticados 39 casos novos, sendo 20 homens e 19 mulheres. A taxa de incidência de hanseníase em Itaboraí é de 1,75 por 10 mil habitantes.
A doença
O Brasil é o único país no mundo a usar o nome “hanseníase” para a doença. A mudança na terminologia aconteceu em 1976 para reduzir o estigma que a persegue. É causada pelo Mycobacterium leprae, que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo e varia de dois a cinco anos.
Os sinais e sintomas mais frequentes são manchas nas áreas da pele com diminuição de sensibilidade térmica (ao calor e frio), tátil (ao tato) e à dor, que podem estar em qualquer parte do corpo, principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas.
Devem ser observadas as manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo e áreas da pele, que não causam coceiras, mas produzem a sensação de formigamento e ficam dormentes, com diminuição ou ausência de dor e da sensibilidade.
A hanseníase é transmitida quando se tem um contato muito próximo com o doente, que apresenta a forma infectante da doença, estando sem tratamento, elimina o bacilo pelas vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim transmiti-lo para outras pessoas suscetíveis. A doença tem cura, mas pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio.
O tratamento
O tratamento, que é gratuito, pode durar de seis a 12 meses. Os medicamentos devem ser tomados todos os dias em casa e, uma vez por mês, no serviço de saúde. O tratamento é complementado com exercícios, para prevenir as incapacidades físicas, e com as orientações da equipe de saúde.
Além do medicamento, eles também recebem da Prefeitura de Itaboraí auxílio-transporte, isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e sessões de fisioterapia. Todos recebem acompanhamento com dermatologista.

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