O motorista aposentado João Batista Cuco, morador de Apolo III, começou a fumar aos 8 anos de idade. Durante 63 anos de sua vida consumiu 5 maços de cigarro por dia. “Eram 100 cigarros que eu colocava na boca diariamente. Reduzi para 3 pacotes quando parei de beber, mas agora tenho nojo disso”, conta. Ele agora faz parte do grupo de 300 pessoas que, com muita força de vontade e auxílio do Programa de Controle do Tabagismo de Itaboraí, conseguiu abandonar do vício do cigarro.
O tratamento, segundo ele, valeu a pena. “Hoje estou beijando na boca melhor e também ando muito mais cheiroso. A diferença é grande quando você larga o cigarro. Só posso falar aos meus colegas que parem de fumar, pois será uma coisa maravilhosa que vocês vão fazer. No começo foi difícil, eu não podia ficar ao lado de um fumante, pois queria dar um trago. Mas hoje não tenho a mínima vontade de botar um cigarro na boca”, afirma emocionado.
Na quarta-feira (29), quando foi celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, a equipe do programa de Controle do Tabagismo promoveu uma palestra com a psicóloga Raquel Devolder, que alertou sobre os diversos malefícios causados pelo cigarro ao próprio fumante, a quem está ao seu lado e ao meio ambiente. Ao final, 12 ex-fumantes receberam certificado de participação por completaram um ano sem botar um cigarro na boca.
“O principal desafio é a força de vontade. Não adianta aplicarmos o mais avançado método científico se o fumante não quiser largar o vício. A nicotina causa uma dependência muito forte. É difícil, mas ele tem que se conscientizar e querer largar. Querendo, a gente faz de tudo para ajudá-lo”, disse a coordenadora do programa Thatiana Mattos.
O funcionário público Augusto Cesar Penha também fez questão de dar seu depoimento após receber seu diploma. “Não consigo nem enumerar os benefícios que estou recebendo depois que larguei esse vício. O cigarro foi uma desgraça na minha vida. E com a ajuda que recebi desta equipe, hoje estou livre dele”, disse o morador de Outeiro das Pedras, que fumou um maço por dia durante 32 anos.
Como tratar
A secretaria de Saúde de Itaboraí disponibiliza inscrições de segunda à sexta-feira, das 9 às 17 horas, na sede do Programa de Controle do Tabagismo, situado na Rua Vereador Hermínio Moreira, 129, Centro. Qualquer pessoa pode se inscrever. Todos serão analisados e classificados. Bimestralmente são abertas turmas de 50 pessoas. As inscrições também pode ser feitas nas Unidades de Saúde da Família de Reta Nova, Reta Velha, Santo Expedito e Itambi. Em breve, Ampliação II e Marambaia também irão oferecer o serviço.
O tratamento inclui duas abordagens: cognitivo-comportamental (envolve o estímulo ao autocontrole para que o indivíduo possa aprender como escapar do ciclo vicioso da dependência e tornar-se agente de mudança de seu próprio comportamento) e alguns medicamentos (adesivo e goma de mascar, além de um antidepressivo para os pacientes que necessitam).
A forma de terapia depende de avaliação individual pelos profissionais do programa. O tratamento é realizado em grupo uma vez por semana durante três meses. No quarto mês é quinzenal, e do 5° ao 12° passa a ser mensal. As reuniões realizadas a partir do 4° mês já são de manutenção para os pacientes que cessaram o fumo.
Complicações do cigarro
Mais de 30 milhões de brasileiros fumam. Destes, 200 mil morrem por ano em decorrência de doenças e complicações causadas pelo cigarro, que é responsável por 90% dos casos de câncer do pulmão e de um a cada 8 óbitos em indivíduos com mais de 35 anos. Além disso, quem fuma o equivalente a um maço por dia ajuda a destruir cerca de duas árvores por mês.
O cigarro é, ainda, responsável por doenças e complicações como ataque cardíaco, câncer do pulmão, enfisema pulmonar, má formação do feto (em grávidas) e catarata, além de levar à morte. Traz também sérias complicações às mulheres que tomam anticoncepcionais, podendo levá-las a sofrer um acidente vascular cerebral, o que vem acontecendo, inclusive, na faixa dos 20 aos 35 anos.
Benefícios imediatos ao parar de fumar:
- 20 minutos depois: a pressão sanguínea e as batidas cardíacas voltam ao normal.
- 8 horas depois: a quantidade de monóxido de carbono no sangue diminui pela metade, a oxigenação das células volta ao normal.
- 24 horas depois: o monóxido de carbono é totalmente eliminado do corpo e os pulmões começam a eliminar o muco e os resíduos da fumaça.
- 48 horas depois: o corpo não contém mais nicotina. O gosto e o olfato começam a melhorar e a transpiração deixa de feder a tabaco.
- Em 1 ano o risco de falecer de um ataque cardíaco já reduz-se à metade!
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