sexta-feira, 11 de maio de 2012

Obras do COMPERJ já foram paradas 5 vezes

A greve que paralisa operários que trabalham na construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, permanece até, pelo menos, amanhã, quando será realizada uma nova assembleia entre funcionários e o Sindicato dos Trabalhadores da Construção, Montagem, Manutenção e Mobiliário de São Gonçalo, Itaboraí e Região (Sinticom) na sede do Comperj, às 7h30. Esta já é a segunda paralisação do ano e dura mais de 28 dias

De acordo com dados do Sinticom, 15 mil funcionários lutam por um aumento de 12% no piso salarial, que é de R$ 860, e de 10% para quem recebe acima do piso. Além do reajuste, os trabalhadores também querem vale alimentação de R$ 300 e negociação dos dias parados em fevereiro, quando ocorreu a primeira greve do ano. Na época, os operários retornaram ao trabalho sem entrar em acordo com os consórcios.

Os consórcios oferecem 9% de aumento para todos os trabalhadores. Eles não se posicionaram depois da assembleia que aconteceu, na tarde da última sexta-feira, com a presença do presidente do Sindicato Nacional, Rodolfo Tourino. Segundo o presidente do Sinticom, Manuel Vaz, existe a possibilidade de haver acordo na assembleia de segunda-feira. “Reabrimos as negociações e esperamos uma proposta na próxima reunião. O que mais queremos é entrar em acordo para acabar com a greve”, afirmou.

Ainda segundo o presidente, na assembleia de sexta-feira, uma nova pauta foi aprovada. “Nós aceitamos dividir os dias parados. Agora, estamos esperando o posicionamento patronal. Vamos continuar pedindo 12% de aumento no piso salarial, 10% para quem já recebe acima do piso e R$ 300 de vale alimentação. Por isso, existe a possibilidade de haver acordo, como existe a possibilidade de manter a greve”.

As dificuldades nas negociações atrasam os trabalhos que deveriam estar em fase de finalização. O término da obra está previsto para o fim de 2014. Para Manuel Vaz, a questão do atraso das obras não é complicada de se resolver: “Não acho que vá haver dificuldade. É tudo uma questão de gestão e organização. Não podemos falar em prazos agora. Vamos resolver a questão da greve porque, assim, todas as outras questões serão solucionadas. Só posso dizer que é uma questão de gestão e que não vai ser difícil cumprir o prazo”.

As assessorias de imprensa da Petrobras e dos consórcios foram procuradas, mas não foram encontradas para falarem sobre as negociações com os trabalhadores, em que a obra está sendo prejudicada e se o prazo da entrega do Comperj será alterado devido a greve.


Obras do complexo já foram paradas 5 vezes


No ano passado, foram três paralisações. A primeira no início de novembro, outra no fim do mês e a terceira em dezembro. Na primeira paralisação, os funcionários de consórcios do Comperj deram início a uma greve que durou 11 dias. Na ocasião, os grevistas realizaram protestos e passeatas nas ruas do município de Itaboraí. As principais reivindicações eram aumentos de salários, equiparados aos dos funcionários de estaleiros de Niterói, além de cancelamento de coparticipação de consultas de plano de saúde e a extensão dos planos para a família.

A segunda greve durou dois dias. Na ocasião, a negociação foi mais rápida. Porém, as reivindicações dos grevistas foram as mesmas. A questão do aumento dos salários costuma nortear as assembleias do Comperj. Ainda em 2011, outra greve, só que, dessa vez, em dezembro. Uma assembleia, no dia 7 daquele mês, acordou que os funcionários retomariam a paralisação até que as exigências fossem cumpridas. Na época, o secretário geral do Sinticom alegou que o motivo da greve seria a demissão de 37 funcionários do consórcio TE-AG (Techint e Andrade Gutierrez). O Ministério Público do Trabalho (MPT) considerou a greve abusiva, mas, mesmo assim, a paralisação durou 13 dias.

Já a primeira greve desse ano começou no dia 14 de fevereiro e as atividades foram, efetivamente, retomadas no dia 28 daquele mês. Na ocasião, os grevistas lutavam por aumento de 18% no salário, vale alimentação de R$ 390, hora thinner (tempo que o funcionário passa no ônibus da empresa para chegar ao local de serviço) nos turnos da manhã e da tarde, entre outros benefícios.


Discórdia em fevereiro

No dia 10 de fevereiro dsse ano, a tentativa de iniciar um movimento grevista no Comperj provocou briga entre os próprios operários. Na época, a Petrobras disse que o problema teria sido causado por funcionários de um dos consórcios de empreiteiras que atuavam nas obras do Comperj e discordavam do valor do dissídio salarial que estava sendo negociado entre patrões e empregados. O saldo da confusão, segundo a Petrobras, foi de três trabalhadores feridos, sem gravidade, após um ônibus ter sido apedrejado. A empresa informou, ainda, que os operários foram dispensados por causa do tumulto

O São Gonçalo

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