quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Itaboraí terá clínica-escola para autistas


Itaboraí terá uma clínica-escola destinada a autistas, a partir de 2014. A iniciativa da Prefeitura teve origem após uma conversa, no início de agosto, entre o prefeito Helil Cardozo e Berenice Piana de Piana, moradora de Itaboraí e uma das grandes ativistas da causa no Brasil. Atualmente, é feito um levantamento entre as escolas públicas e particulares da cidade, em parceria entre as secretaruas municipais de Educação e Cultura e de Saúde. Dados preliminares dão conta de que cerca de 100 crianças serão beneficiadas pela implementação da unidade especializada, que será construída no Centro.
“Temos que governar para todos. Buscar atender às necessidades de toda a nossa população. Esta é a missão principal da atual gestão”, diz Helil Cardozo. “Não precisamos ter parentes ou amigos próximos com algum tipo de deficiência para nos engajarmos em prol dessas pessoas. É nosso dever fazer com que o direito de cada um seja atendido. Este é apenas mais um passo para darmos continuidade à longa caminhada pela qualidade de vida que queremos para a população”.
A luta pela causa autista, pela qual Berenice Piana se dedica junto a outros pais de autistas, guarda uma ligação estreita com Itaboraí desde 2009, quando ela obteve apoio formal do médico e então deputado estadual Audir Santana, hoje, vice-prefeito da cidade e secretário municipal de Desenvolvimento Social. Na época, Audir convocou uma audiência pública para discutir medidas que poderiam auxiliar os pais na luta por melhores condições de vida para os autistas, e elaborou um projeto de lei obrigando o Estado a fornecer tratamento adequado a autistas. Já em nível federal, começou a se desenvolver o projeto que virou a Lei 12.764/12, que leva o nome de Berenice Piana de Piana e institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno de Espectro Autista em todo o país.
“Fico muito feliz com a atenção que estou ganhando nesta gestão da Prefeitura. Essa clínica-escola vai ser de suma importância para o resgate, não só da pessoa com autismo, mas de toda a sua família. O autista com tratamento adequado se torna uma pessoa produtiva, garantindo seu espaço na sociedade. Espero que, em breve, nossa cidade seja reconhecida como referência neste tipo de atendimento”, disse Berenice, mãe de Saulo Laucas, autista de 29 anos que, graças a um tratamento adequado, hoje se destaca como aluno de canto lírico na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A clínica-escola vai oferecer ensino individualizado aos autistas, focando também na socialização do indivíduo. Os alunos contarão, em princípio, com terapias comportamentais e ocupacionais, musicoterapia, fonoaudiologia, psicologia e o acompanhamento de nutricionistas. Os professores serão todos capacitados pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura.
“Ainda estamos fixando o projeto pedagógico e arquitetônico da clínica-escola. Em operação, a unidade vai servir para nos ajudar a oferecer à pessoa com autismo, e também à sua família, algo que eles já têm garantido legalmente: a dignidade e o direito à educação”, afirmou Dilcelene Cordeiro, subsecretária municipal de Ensino.

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