sábado, 20 de setembro de 2014

Casa Heloísa Alberto Torres faz 204 anos



A Casa Heloisa Alberto Torres (Chat), tradicional centro cultural de Itaboraí, faz 204 anos nesta quarta-feira (17/09). Antecipando a festa, a Prefeitura, por meio de sua Fundação Cultural, celebrou a data na noite de terça-feira (16/09), com a abertura da exposição “Depois da Festa”, do artista itaboraiense Orlei Alves, conhecido popularmente como “Delegado”. Ao todo, 10 peças feitas em barro, de autoria do artista, se juntaram a outras do acervo da Casa. O aniversário da Chat coincide com a data de nascimento da antropóloga que dá nome à instituição, e estaria completando 119 anos.

Nas obras de arte, o autor brinca com os artistas boêmios e o estado em que ficam depois de uma noite inteira de boemia. Um espaço dedicado a esculturas confeccionadas por Delegado foi montado na entrada da Casa, onde estão os bustos de Heloísa Alberto Torres; de seu pai, Alberto Torres; do Visconde de Itaboraí, e o inédito busto do teatrólogo João Caetano, personalidade que dá nome ao Teatro Municipal.

Também estão expostas peças feitas com uma fórmula criada por Orlei, o caucilito – material de grande resistência que pode ser exposto ao sol e chuva poucos minutos após a finalização da obra, não vai ao forno e fica aproximadamente 40% mais leve que o barro – técnica trabalhada durante três anos de experimentos.

“Sinto-me prestigiado em poder participar deste evento, expondo minhas obras de arte. Há cinco anos não exponho, e entrar neste circuito, fazendo parte da comemoração dos 204 anos desta Casa, me faz acreditar ainda mais que a Cultura de Itaboraí está pensando e valorizando os artistas locais.”, disse Orlei, já planejando sua próxima exposição, intitulada de “Tão Só”.

O presidente da Fundação Cultural de Itaboraí (FCI), Cláudio Rogério Dutra, agradeceu o empenho e dedicação da sua equipe, e ainda anunciou a possibilidade trazer o mestre Orlei Alves para dar aula na Escola de Artes e Ofícios Professor Washington Luiz José da Costa.

“Não podemos deixar morrer esta tradição de mais de 400 anos em nossa cidade, que é a arte oleira. Até os anos 70, em Itaboraí, alguém trabalhava ou conhecia alguém que trabalhasse em uma olaria. Nosso objetivo é preservar a história do nosso município. E o legado da família Torres para Itaboraí é de um valor inestimável, sendo objeto de carinho e orgulho de toda população itaboraiense”, frisou Dutra, destacando que a Chat é o principal espaço de cultura e memória do município.

Arquiteto do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Superintendência do Rio de Janeiro, Mauro Pazzini ministrou uma palestra sobre as ações do Iphan e Patrimônio Cultural, e recebeu das mãos do oleiro Orlei Alves uma peça de arte como forma de presenteá-lo.

“Primeiramente, gostaria de agradecer pelo convite e ressaltar que fico feliz em ver tantas pessoas aqui nesta noite, é uma questão de valorização do nosso trabalho. Trabalhar com patrimônio histórico não é fácil, ainda lidamos com a parte de manutenção e conservação dos monumentos. Nosso objetivo é preservá-los com o intuito de deixar a história viva para vocês”, destacou Pazzini, ressaltando alguns monumentos do Rio de Janeiro tombados pelo Iphan, como o Cristo Redentor, o Maracanã, a Quinta da Boa Vista, entre outros.

Abrilhantando o evento, a violoncelista Clara Borges tocou as canções Smile, de Charlei Chapin; Cinema Paradiso, de  Ennio Morricone; Minueto da Primeira Suíte para Violoncelo, de Johann Sebastian Bach e o Segundo Concertino para Violoncelo em Dó Maior, de Bréval.

“Acho fundamental encontros como este, trazendo artistas locais e de fora, com o intuito de integrar e movimentar a cultura”, disse a estudante do 3º período de Licenciatura em Música pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Ainda houve as apresentações do “Sanfoneiro do Oeste”, com a canção “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga. O cantor sertanejo Eldir Gomes, com a música “No Rancho Fundo”, de Chitãozinho e Xororó, e a Companhia de Dança R.I.O., com a montagem musical ON.

A exposição, gratuita, ficará na Chat até o dia 17 de outubro, de terça a quinta-feira, das 9h às 17h. Sexta-feira, das 9h às 22h, e sábados das 18h às 22h.  A Casa Heloísa Alberto Torres fica na Praça Marechal Floriano Peixoto, n° 303, Centro, Itaboraí.

Participaram do evento os secretários municipais de Fazenda, Rodney Mendonça; o de Indústria, Comércio e Turismo, Luiz Fernando Guimarães, a de Desenvolvimento Social, Suely Lopes, o Controlador do município, Marcos Mendonça e o Restaurador do Museu do Ingá, em Niterói, Adilson Figueiredo.


Casa Heloísa Alberto Torres (Chat)

Com vasta biblioteca, artigos particulares e a mobília oitocentista da família Torres, a Casa Heloísa Alberto Torres é administrada pela Fundação Cultural de Itaboraí (FCI) em cooperação técnica com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Superintendência do Rio de Janeiro

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