Os irmãos Sérgio, 43 anos, e Marcelo Luiz da Silva Ulha, 42, vivem nas ruas de Itaboraí desde outubro do ano passado. Diariamente, do início da noite até o meio-dia, eles tomam conta de carros e quiosques na área da Praça Marechal Floriano Peixoto. Após almoçarem, costumam dormir um pouco durante o dia debaixo de uma marquise. Ambos são os primeiros a serem atendidos no Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), inaugurado na noite desta quinta-feira (26/06), pela Prefeitura. O espaço passa a ser referência na cidade para o convívio social e o desenvolvimento de relações de solidariedade, afetividade e respeito junto à população de rua na cidade.
“Os dois (Sérgio e Marcelo) têm problemas psiquiátricos que estão se agravando porque interromperam o tratamento. Nossas assistentes sociais já descobriram que possuem uma casa no bairro Sossego, e que um tio mora em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. Semana que vem, vamos estar com esse tio, que tem uma xerox da certidão de nascimento do Sergio. Vamos emitir a carteira de identidade dos dois, ver as condições da casa deles e retomar o tratamento psiquiátrico, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde”, afirmou Suely Lopes, secretária de Desenvolvimento Social.
Itaboraí não tinha registro da existência moradores de rua na cidade, mas, nos últimos anos, com as obras do Complexo Petroquiímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), o quadro foi modificado, já que alguns trabalhadores demitidos não têm condições financeiras para retornar aos seus municípios e estados, principalmente os do Nordeste.
“A administração municipal anterior assinou o termo de aceite do programa com o governo federal e nada mais fez. Assim que assumiu a atual gestão, o prefeito Helil Cardozo afirmou que deveríamos acolher os necessitados e humanizar cada vez mais a nossa cidade. Inauguramos, recentemente, novas instalações do Conselho Tutelar e do Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas), e agora entregamos o Centro Pop”, ressaltou o vice-prefeito Audir Santana, que é médico e respondeu pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SEMDS) até o início de abril.
O Centro Pop, localizado no bairro Jardim Imperial, funciona como centro de triagem, com agentes administrativos, assistentes sociais e psicólogos. Os moradores de rua serão cadastrados no local e ganham kit de higiene pessoal, podendo tomar banho e se alimentar. Eles também recebem atendimento psicossocial e participam de oficinas socioeducativas, visando a reinserção familiar. O Centro Pop também recebe doações de roupas e cobertores, e conta com parcerias de entidades filantrópicas e da iniciativa privada.
Segundo a última pesquisa nacional feita pelo governo federal em 2008, o número de moradores de rua em todo o país equivale a 0,061% da população.
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