quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Alunos da Educação Infantil buscam alimentação saudável




Em Itaboraí, alimentação saudável na infância é assunto sério no Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Odília de Miranda Rosa, no bairro de Quissamã. Com 86 alunos, de 2 a 5 anos de idade, do maternal ao terceiro período da educação Infantil, a unidade escolar possui o projeto “Comer, comer é o melhor para poder crescer”, planejado para incentivar as crianças a adotarem um modo de vida mais saudável.

A equipe de profissionais do Cemei, percebendo a grande rejeição dos alunos quanto aos alimentos saudáveis, como legumes, verduras e frutas, programaram um projeto capaz de mudar os antigos hábitos. De início começaram a trabalhar as literaturas infantis, uma forma de incentivá-los de maneira lúdica, por meio dos livros “A cesta da dona Maricota”, de Tatiana Belinky; “O sanduíche da Maricota”, de Avelino Guedes e “Charlie e Lola: Eu nunca vou comer um tomate”, de Lauren Child.

Na segunda fase do projeto foi a vez de cultivar certos alimentos. Como não havia um espaço físico para a implantação de uma horta, um grupo de professoras, formado por Keila Amorim, Ingrid Conceição e Carla Carvalho teve a ideia - Por que não plantar em pneus? E foi o que aconteceu, com uma doação de pneus de um borracheiro vizinho, a horta foi construída. Os próprios alunos limparam, pintaram e arrumaram os pneus. Foram plantados beterraba, couve, alface, rúcula, alho, pimentão, jiló, e temperos como, alfavaca, cebolinha, hortelã e manjericão. Depois de plantar e cultivar, chegou a tão esperada hora, de colher os frutos. E foi da melhor forma possível, experimentando os alimentos. Além de ensiná-los a valorizar os alimentos e obterem a noção do que faz bem para a saúde.

A primeira receita feita pelos próprios alunos foi o famoso “Sanduíche da Maricota”, onde cada um preparava seu recheio, em forma de rosto. O alface e a cenoura eram os cabelos; os ovos, os olhos; a ervilha, o nariz; o tomate, a boca; e o milho verde, os dentes. Como ficou atrativo, eles aprovaram e comeram com muito gosto.

Os alunos do segundo período, Jordana Conceição e Kauã da Silva, ambos de 4 anos, se mostraram encantados com os alimentos. “Aqui eu aprendi que legumes, verduras e frutas fazem bem para a saúde, e faz crescer forte. Foi a primeira que comi essas coisas, e o que eu mais gosto é de alface, tomate e ovo”, disse Jordana. Já o pequeno Kauã, adora a hora do lanche, visto que come dois sanduíches. “Na minha casa, minha mãe faz sanduíche com queijo e presunto que também é gostoso, mas esse aqui é muito mais”.

Segundo a professora do segundo período Keila Amorim, muitas crianças tiveram o primeiro contato com estes alimentos, na escola. E o grande desafio era fazer com que elas provassem esses alimentos. “É importantíssimo que uma alimentação saudável se inicie desde cedo. Algumas crianças já chegavam no Cemei com pirulitos e doces nas mãos. Trabalhamos isso junto aos pais e o resultado foi satisfatório. Através deste projeto realizamos um trabalho preventivo, explorando ainda a questão da higiene, saúde e do corpo. E também diminuindo o número de casos de crianças com diabetes, hipertensão e obesidade”, destacou a professora.

A partir do sanduíche, várias receitas foram implantadas, sempre com a participação dos alunos na produção, como por exemplo, salada de frutas, bolos de cenoura e de milho. E ainda melhorou a aceitação dos alunos na hora das refeições, oferecidas no Cemei. Agora, na hora do almoço, legumes e verduras são essenciais no prato.

Para a diretora do Cemei, Daniele Quintanilha, os pais são de suma importância para o desenvolvimento e continuidade dos trabalhos pedagógicos da unidade escolar. “Já tivemos vários relatos de pais, dizendo que agora os filhos pedem esses alimentos saudáveis em casa. Sabemos que nesta idade é difícil inserir certos tipos de alimentos nas refeições das crianças, mas com a parceria e apoio dos responsáveis estamos conseguindo”, frisou a diretora.

E tem mais uma novidade, o Cemei possui uma conta em uma rede social, onde os pais e responsáveis podem verificar todos os trabalhos desenvolvidos pela instituição, por meio de fotos e vídeos realizados pelas professoras.

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